Na contagem regressiva para o JOPRI 2015, a AAAGR revive o blog e inicia uma série de posts para contar qual foi o sentimento de representar essa camisa durante o (bi)TETRA, e o se espera para os JOPRIs que virão.
Episódio de hoje: aqui é Suza... USP, porra!
Episódio de hoje: aqui é Suza... USP, porra!
Pra mim, que sempre fui aficionado por futebol, poucas coisas são tão
boas quanto ser campeão. Nas raras vezes em que meu time foi campeão, eu sempre
tive certeza que ajudei de alguma forma. Seja indo num jogo no meio do
campeonato, às 22h, num frio de 12 graus contra o Atlético de Sorocaba, seja
usando os amuletos certos nas horas certas (Deus abençoe minha cueca verde e a
medalhinha de São Marcos), eu gosto de pensar que contribui praquilo, mesmo
vendo de longe, em uma realidade muito distante da minha. Nunca imaginei que
alguma experiência na universidade me faria sentir o êxtase que eu sinto dentro
de um estádio de futebol. Mas ir ao JOPRI me faz sentir assim.
Por isso ter levantado o caneco do JOPRI em 2014 foi tão especial.
Ninguém tira da minha cabeça que era um pedaço de mim ali. E o melhor: não só
um pedaço de mim, mas um pedaço de todos que participaram dessa caminhada.
Daqueles que treinaram comigo, daqueles que jogaram comigo, daqueles que me
ajudaram a evoluir como atleta, daqueles que torceram por mim, daqueles por
quem eu torci e daqueles que torceram junto comigo.
Segurar aquela taça é simplesmente aflorar um sentimento de
pertencimento e chegar à conclusão de que nada daquilo seria possível sem você,
assim como não seria possível sem o seu amigo do lado ou sem aquela pessoa que
você nem conversa muito porque é umas três turmas mais nova (ou mais velha) que
você, mas que você sabe que é gente fina e que passou o ano treinando também.
No momento em que você olha a taça, você sabe que todos estão conectados, de
uma maneira ou de outra.
O tempo da minha turma na universidade talvez tenha sido um dos mais
complicados pra USP no JOPRI. No nosso primeiro ano participamos apenas do BIFE
e voltamos ao JOPRI somente no ano seguinte. Mas as consequências da saída da
USP do JOPRI seriam mais persistentes e cobrariam um preço alto. Voltamos em
2012 sem nenhum time cabeça de chave e claro que a maioria dos sorteios
colocava USP e facamp frente a frente antes das finais, deixando o caminho
livre para a puc pontuar. Foi difícil ver nossa faculdade, com times claramente
superiores, pontuando menos no geral, somente por questões de chaveamento.
Diria até que foi frustrante. Mas enfim, esse é o preço que tivemos que pagar e
mesmo assim conseguimos segurar o segundo lugar, naquele que foi um dos JOPRIs
mais inesquecíveis. Assim, as edições 2012 e 2013 serviram para nos
reposicionar dentro da competição e, em 2014, finalmente colhemos os frutos
desses anos de trabalho.
Com o preço que pagamos em 2012 e 2013, nos focamos cada vez mais no
desempenho esportivo, que não tardou a chegar, mas de algum jeito fomos
deixando de lado aquela vibe de torcer não importa o jogo, de incentivar não
importa as dificuldades e de vibrar não importa o resultado. Se tem alguma
coisa que ficamos devendo ao Tetra foi comemorá-lo da forma que ele merecia.
Talvez estivéssemos desacreditando de nós mesmos, pode ser. Pode ser que o foco
total nos esportes tenha tirado nossa prioridade no papel de torcedor, nunca se
sabe.
Mas qual o objetivo do JOPRI? Pra uma faculdade como a USP, é o de
sempre ganhar, claro. Só que agora eu me refiro ao indivíduo, a cada um de nós,
estudantes, atletas, torcedores. O que vamos levar conosco de verdade é o
sentimento de ter participado daquilo, de ter vibrado, de ter feito novas
amizades, de ter sentido na pele o que é torcer pro seu amigo que se matava em
quadra. Não há nada mais gratificante que olhar pra arquibancada e ver todos os
seus amigos ali, com o único intuito de te apoiar. E lavar a alma na
arquibancada é algo simplesmente inexplicável.
Estar ali de alma e coração é o mínimo que podemos fazer pelo Penta e
boas histórias vão ser tudo o que levaremos conosco. Levantar a Taça vai ser
mera formalidade.
Doug T10. Jogador de vôlei, corneteiro da Atlética e To.Je.Ta de coração.