domingo, 23 de agosto de 2015

O que vi no JOPRI

Na contagem regressiva para o JOPRI 2015, a AAAGR revive o blog e inicia uma série de posts para contar qual foi o sentimento de representar essa camisa durante o (bi)TETRA, e o se espera para os JOPRIs que virão. 

Episódio de hoje: aqui é Suza... USP, porra!




Pra mim, que sempre fui aficionado por futebol, poucas coisas são tão boas quanto ser campeão. Nas raras vezes em que meu time foi campeão, eu sempre tive certeza que ajudei de alguma forma. Seja indo num jogo no meio do campeonato, às 22h, num frio de 12 graus contra o Atlético de Sorocaba, seja usando os amuletos certos nas horas certas (Deus abençoe minha cueca verde e a medalhinha de São Marcos), eu gosto de pensar que contribui praquilo, mesmo vendo de longe, em uma realidade muito distante da minha. Nunca imaginei que alguma experiência na universidade me faria sentir o êxtase que eu sinto dentro de um estádio de futebol. Mas ir ao JOPRI me faz sentir assim.

Por isso ter levantado o caneco do JOPRI em 2014 foi tão especial. Ninguém tira da minha cabeça que era um pedaço de mim ali. E o melhor: não só um pedaço de mim, mas um pedaço de todos que participaram dessa caminhada. Daqueles que treinaram comigo, daqueles que jogaram comigo, daqueles que me ajudaram a evoluir como atleta, daqueles que torceram por mim, daqueles por quem eu torci e daqueles que torceram junto comigo.

Segurar aquela taça é simplesmente aflorar um sentimento de pertencimento e chegar à conclusão de que nada daquilo seria possível sem você, assim como não seria possível sem o seu amigo do lado ou sem aquela pessoa que você nem conversa muito porque é umas três turmas mais nova (ou mais velha) que você, mas que você sabe que é gente fina e que passou o ano treinando também. No momento em que você olha a taça, você sabe que todos estão conectados, de uma maneira ou de outra.

O tempo da minha turma na universidade talvez tenha sido um dos mais complicados pra USP no JOPRI. No nosso primeiro ano participamos apenas do BIFE e voltamos ao JOPRI somente no ano seguinte. Mas as consequências da saída da USP do JOPRI seriam mais persistentes e cobrariam um preço alto. Voltamos em 2012 sem nenhum time cabeça de chave e claro que a maioria dos sorteios colocava USP e facamp frente a frente antes das finais, deixando o caminho livre para a puc pontuar. Foi difícil ver nossa faculdade, com times claramente superiores, pontuando menos no geral, somente por questões de chaveamento. Diria até que foi frustrante. Mas enfim, esse é o preço que tivemos que pagar e mesmo assim conseguimos segurar o segundo lugar, naquele que foi um dos JOPRIs mais inesquecíveis. Assim, as edições 2012 e 2013 serviram para nos reposicionar dentro da competição e, em 2014, finalmente colhemos os frutos desses anos de trabalho.

Com o preço que pagamos em 2012 e 2013, nos focamos cada vez mais no desempenho esportivo, que não tardou a chegar, mas de algum jeito fomos deixando de lado aquela vibe de torcer não importa o jogo, de incentivar não importa as dificuldades e de vibrar não importa o resultado. Se tem alguma coisa que ficamos devendo ao Tetra foi comemorá-lo da forma que ele merecia. Talvez estivéssemos desacreditando de nós mesmos, pode ser. Pode ser que o foco total nos esportes tenha tirado nossa prioridade no papel de torcedor, nunca se sabe.

Mas qual o objetivo do JOPRI? Pra uma faculdade como a USP, é o de sempre ganhar, claro. Só que agora eu me refiro ao indivíduo, a cada um de nós, estudantes, atletas, torcedores. O que vamos levar conosco de verdade é o sentimento de ter participado daquilo, de ter vibrado, de ter feito novas amizades, de ter sentido na pele o que é torcer pro seu amigo que se matava em quadra. Não há nada mais gratificante que olhar pra arquibancada e ver todos os seus amigos ali, com o único intuito de te apoiar. E lavar a alma na arquibancada é algo simplesmente inexplicável.

Estar ali de alma e coração é o mínimo que podemos fazer pelo Penta e boas histórias vão ser tudo o que levaremos conosco. Levantar a Taça vai ser mera formalidade.

Doug T10. Jogador de vôlei, corneteiro da Atlética e To.Je.Ta de coração.